Como prometemos recentemente, a mudança no Espaço do Coach não seria apenas quanto ao dia de sua postagem e nem na frequência, que agora passa a ser mensal. Pretendemos também resgatar a profundidade na abordagem e uma provocação à reflexão adequada sobre temas que, por vezes, assustam as pessoas. Hoje, vamos focar em uma questão crucial: sabe-se que, ao redor do mundo, os coaches executivos melhoraram o desempenho de muitos gerentes, mas eles não são uma panaceia para todos os males. Na verdade, muitas empresas desperdiçam recursos enormes para contratar coaches para gerentes, em uma relação que nem sempre é sustentável.
Existe a situação em que os gerentes não estão prontos para um processo de Coaching Executivo e, por outro, é questionável a competência dos profissionais de Coaching para esse processo. Daí, nasce a pergunta: Você é um bom coach? (esta postagem é inspirada em um comentário de Mark Graban, neste mês, para artigo da publicação HBR que questiona se gerentes sabem ou não sabem tirar proveito de um processo de Coaching). Para Graban, o resultado concreto do Coaching Executivo está baseado em extrair ideias (e motivações) de outras pessoas. Alguns princípios de gestão certamente enfatizam que as pessoas mais próximas do cotidiano do executivo estão também mais próximas da solução (pelo menos para problemas locais, dentro de seu próprio trabalho), facilitando (ou não) a ação do coach.
Técnicas modernas de entrevista ou os diálogos com finalidade motivacional ensinam que a parte do nosso cérebro, que está se conectando para a tomada de ação, fica muito mais positivamente ativada quando geramos a nossa própria ideia (ou, em certos momentos, o próprio insight). Em geral, aprende-se a estimular pessoas com seguidos “porquês”, porém também é comum interferirmos no processo de mudança dizendo aos outros qual deveria ser sua motivação. O melhor dos mundos é evocar (extrair) as motivações que existem latentes no cliente que você está tentando ajudar.
Graban cita a HBR, novamente, apontando pesquisa da revista que analisou, especificamente, como se pode melhor qualificar os profissionais de Coaching. Como conclusão, ele se concentra em analisar nove habilidades de Coaching Executivo com base na literatura existente e em experiências práticas, que são: (a) saber ouvir; (b) saber perguntar; (c) dar feedback; (d) apoiar no estabelecimento de metas; (e) construir empatia; (f) motivar que o cliente construa seu próprio caminho de solução; (g) apontar pontos fortes e dar luz sobre os pontos fracos; (h) demonstrar capacidade de estrutura pessoal e portfólio de metodologia; (i) sempre trabalhar com foco em solução e não em reciclar problemas.
Finalizando, há algo que deve ser registrado. O bom coach não é aquele que se limita só a fazer perguntas, sejam fechadas ou abertas. O coach deve mesmo é dar ênfase para que se construa um contexto em que a conversa flui para mudanças na vida do cliente, podendo apresentar declarações que, em si mesmo, serão desafios. Como exemplo, podemos citar: “ser mais tolerante pode ser útil neste seu momento”, “é importante você desenvolver sua habilidade de comunicação” ou “essa meta exigirá de você aumentar o engajamento com a equipe”.
Afinal, boas ideias sempre são boas ideias, independentemente da fonte ou de quem as apresenta. E você, que é profissional de coach, precisa sempre se perguntar: até que ponto eu estou atualizado com a dinâmica do meu cliente?
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