O quanto você tem identificação com a primeira voz que grita na sua mente? Ou com o sussurro que pulsa nas vibrações do seu coração?
Um dos livros mais impactantes da minha vida se chama Um Curso em Milagres. E estou fazendo um grupo de estudo muito divertido sobre ele e suas lições, que são exatamente 365 lições.
Como se fossem provocações diárias para uma compreensão espiritual do que não SOMOS.
A beleza nesse pensamento é que podemos nos desapegar de qualquer pensamento.
Toda vez que tento explicar aquilo que eu acredito que EU sou, eu sinto que não É.
Pode parecer louco isso, mas a nossa IDENTIFICAÇÃO com as coisas, pessoas, ideias, não representam o que verdadeiramente somos. Qualquer apego à forma não representa quem SOMOS de fato.
E observando meus apegos à forma, vou buscando me liberar deles. Confesso que me esqueço disso todos os dias e de repente ouço uma outra “voz” que me diz: “LIBERA”!
Às vezes penso no quão má eu posso ser, ou a quão boa eu posso ser e nada disso representa o que É.
Toda vez que tento explicar uma ideia eu já aprisionei o pensamento em uma afirmação diminuta do que SOU.
É libertador observar esses pensamentos, sem julgamentos. Observar como uma criança curiosa que observa o mundo à sua volta. Experimentar as emoções, reconhecê-las e deixá-las ir.
Estive muito apegada aos meus conhecimentos nos últimos tempos. Nos cursos, livros, frases, conhecimentos, afirmações, crenças que tenho. E quando olho para isso de cima, como subir em um mezanino, percebo que nada disso representa quem eu SOU.
O que é um conhecimento adquirido agora perto de tudo que ainda virá?
Quando me identifico com uma ideia sobre o que o outro também é, eu só o estou julgando baseado numa forma de pensamento que tenho aqui e agora. E sem dúvida nada disso representa o que o outro É.
Um curso em milagres me faz desconstruir ao invés de construir. Descascar as identificações que eu penso que É.
Assim como Buda me faz desconstruir meus apegos, e perceber a impermanência de tudo que É.
E ainda assim despegar do que acredito que É, segundo Buda, segundo Um curso em milagres, segundo o apego ao que eu acho que são meus mestres, contribui ainda mais para qualquer desconstrução.
Tenho refletido muito sobre minhas afirmações e meus “pontos finais” sobre o que É. E sigo olhando com muito amor para tantos ensinamentos que me ajudam a desapegar das minhas identificações, me libertando de achar que existe apenas um ponto de vista. E que talvez nenhum ponto de vista explica a imensidão do que somos.
Tenho falado muito sobre o que me identifica com o que é o AMOR e pouco sobre AMAR.
O quanto estou pensando na minha identificação com o PENSAR e pouco com o SENTIR.
O quanto me identifico com a primeira voz que grita na minha mente? Ou com o sussurro que pulsa nas vibrações do meu coração?
O que está mais perto de me lembrar quem EU SOU?
Claudia Vaciloto
http://www.nasala.net/
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