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Você tem fome de quê? Uma reflexão para uma Vida Plena!

Descubra a importância de se permitir e ser verdadeira consigo mesma para uma vida plena. Reflita sobre as necessidades humanas e descubra como cultivar uma conexão profunda com sua essência.

Você tem fome de quê? Uma reflexão para uma Vida Plena!

Você tem fome de quê? Uma reflexão para uma Vida Plena!

A fome é um instinto natural desde os primórdios. Desde quando a comunicação não era por fala, mas por gestos, sons diversos, fogo, ações e mais uma infinidade de mecanismos que os corpos elaboravam para transmitirem e recebem informações.

E não falo só da fome de comida.

Falo da fome de viver, de se comunicar, de realizar, de ter prazer, de fazer sexo, de amar.

No período paleolítico talvez possamos dizer que havia uma lista reduzida de fomes: sobreviver, perpetuar a espécie, caçar e comer. Creio que mais porque não conseguimos compreender a humanidade desde sempre do que de fato aqueles seres humanos se resumiam a tão pouco.

Pensando na complexidade de circuitos e neurônios integrados, cadenciados e personalizados é que afirmo que a maior fome do ser humano é a forme de “ser”.

No contexto atual de mundo globalizado, conectado, interligado, acelerado, adoentado e idealizado é que as pessoas seguem seus caminhos alinhadas com suas rotinas preocupadas em ter que.

Ter que trabalhar, ter que produzir, ter que se cuidar, ter que ficar bonita, ter que emagrecer, ter que se atualizar, ter que se profissionalizar, ter que viajar, ter que ter família, ter que comprar um carro, ter que ter um apartamento, ter que entender de tudo, ter que ficar bem, ter que pensar positivo, ter que , ter que….

São tantas expectativas a serem correspondidas que muitas pessoas se perdem no caminho, recuam, se trancam ou se abandonam. Se misturam às expectativas alheias, se deixam levar pelo que os outros dizem a seu respeito e então param de se olhar no espelho. Param de se ouvir. E o pior, param de se sentir.

A agonia de não concordar com o que os outros querem que uma pessoa seja faz com ela busque tratamentos infinitos para essa inadequação e assim, se afastam de sua essência ou se entorpecem de substâncias que a anestesiam, sejam drogas sociais ou ilícitas. Preferem permanecer no mundo imaginário de suas expectativas a lidar com a realidade das frustrações.

A fome de “ser” está presente, não se apaga, latente e dolorosa.

Cada vez mais pessoas procuram os consultórios médicos em busca de salvações milagrosas. Em se tratando do meu consultório, em busca de tratamentos para libido, saúde mental, depressão, ansiedade, desânimo, fraqueza, insônia, dificuldades no relacionamento pessoal ou de trabalho, problemas na criação dos filhos, doenças que surgem sorrateira e inesperadamente como diabetes, hipertensão, hipotireoidismo, fibromialgia.

Quando se fala de uma patologia, é claro que levamos em conta a herança familiar, a história de vida, os fatores externos e os hábitos daquele paciente. Mas, paulatinamente noto mais um adoecimento da alma do que do corpo. O corpo é um reflexo das dores da alma.  É como se o corpo fizesse um impressão do que não se expressa.

A dor que dia a dia corrói, dói, machuca, persiste, aquela voz interior que muitas pessoas fazem questão de calar, abafar, apagar da memória. Mas ela permanece lá. E enquanto cada um vive sua rotina usual, automática e robotizada, a voz tenta lembrar o que de fato importa.

Eu tive um professor de neuroanatomia que dizia “O divino criador não prega prego sem estopa”. A nossa engrenagem é única. A sintonia do funcionamento do corpo humano, sob o comando do cérebro é uma orquestra magnífica. Perfeita. Sons e tons, pulsos e fluxos. Música e imagem.

Uma máquina mágica de massa cinzenta produzindo sonhos, comandando bombeamento de sangue, determinando impulsos neuronais, distribuindo oxigênios, promovendo a liberação de enxurradas de hormônios. Além disso, causando um maravilhoso impacto positivo em nossas ações desde o momento que acordamos até o embalo do sono e dos sonhos. E ainda nem falei dos incríveis neurotransmissores que ficarão para outra conversa reveladora.

Para toda essa orquestra funcionar e tocar a música mais linda já ouvida, é preciso se permitir.

É importante zelar por esse corpo, cuidar com carinho e amor, ingerir nutrientes que possibilitem esse perfeito funcionamento, exercitar os músculos que promovem os movimentos necessários para avançar até a mais longínqua e saudável idade. E também ouvir seus anseios, entender suas dores, escutar sua voz interior, olhar para si.

Não deixar o mundo externo domesticar seus instintos mais puros e verdadeiros. Mas deixar sua alma livre para naturalmente “ser”.

E você, tem fome de quê? 

Gostou do artigo? Quer discutir mais sobre a fome de ser? Então, entre em contato comigo. Terei o maior prazer em ajudar.

Prazer, Clarissa!

Clarissa Marini
https://www.instagram.com/clamarini/

Confira também: Quem é você? Uma reflexão para a vida toda! 

 

Clarissa Marini é ginecologista, sexóloga e escritora. Especialista em Uroginecologia e Reposição Hormonal. Autora de Poetizando o Sexo e Inenarrável. É mãe, poeta e amante da vida. Formada há 17 anos, escuta e ausculta almas e corações de suas pacientes.
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