Fui convidada para uma experiência que tem sido muito desafiadora.
Não mentir por 30 dias. Falar a verdade, ou seja, ser honesto de verdade.
Essa ideia nasceu de um livro de um Psicólogo chamado Brad Blanton, que diz que todos seriam muito mais felizes se fossem completamente honestos e escreveu um livro e lançou um movimento chamado “Honestidade Radical”.
O desafio é de expressarmos as coisas exatamente como elas são.
E vou dizer uma coisa para vocês, como tem sido difícil.
Sabe aquela simples pergunta que alguém faz todos os dias, “oi tudo bem? ” e você está triste com algum acontecimento e por mais corriqueiro e simples que seja você responde automaticamente, “sim está tudo bem e com você?” e é MENTIRA.
Sendo honestamente radical me peguei dizendo, não está tudo bem não, hoje estou muito chateada com determinado acontecimento.
Imagine isso em tudo. Sua mãe perguntando se você gostou do almoço de domingo e você achando que foi a pior massa que ela fez nos últimos tempos, ou numa reunião de trabalho você realmente dizendo o que pensa sobre determinado projeto ou colocando sua ideia de maneira livre e verdadeira.
Pois é, segundo Blanton, mentimos o tempo todo, várias vezes ao dia. E seríamos muito mais felizes se pudéssemos ser o que realmente somos.
Como fui convidada por um grupo lindo da qual faço parte que são facilitadores do jogo Miracle Choice, estávamos protegidos e nos apoiando mutuamente, mas fora do grupo me peguei avisando amigos próximos, meus sócios de que eles se preparassem, pois eu seria radicalmente honesta pelos próximos dias.
Aí percebi o quanto estamos sendo cruéis conosco. Eu estava pedindo permissão para fazer o que penso, sinto, sem medo de ser julgada por simplesmente não mentir. E mais louco é que isso não significa que estou certa, ou errada, não tem juízo de valor aqui, é simplesmente me permitir ser o que sou.
Mas me vi, avisando todo mundo, “estou sendo honesta” porque estou participando de um experimento proposto por um Psicólogo e blá, blá, blá. Quase que pedindo desculpas antecipadamente por não mentir.
O quanto não estamos criando relações superficiais por medo de sermos quem somos. Não entregamos e nem recebemos o melhor de nenhuma relação? Vestimos várias máscaras para sermos aceitos socialmente ou deixamos de nos colocar livremente, porque nos preocupamos com que os outros vão pensar de nossas verdades? De nossos reais sentimentos?
Por outro lado, está sendo libertador essa experiência. Quando conto para as pessoas do experimento, elas parecem se sentir “autorizadas” a serem honestas comigo também e tenho ouvido coisas incríveis, leves, divertidas e visto um sorriso imediato no rosto das pessoas dizendo honestamente o que pensam.
A aceitação está simplesmente no fato de apenas ouvir. Não preciso concordar, não estou dizendo o que penso ou falo é verdade absoluta, só estou dizendo livremente o que penso com a leveza de me divertir e de poder mudar de ideia sobre tudo. E esse exercício faz com que tenhamos o cuidado de externar fatos e não julgamentos. Por incrível que pareça, somos mais reflexivos antes de responder uma pergunta no “piloto automático” e entramos em contato mais profundamente com nossos sentimentos, desejos e vontades.
Estou prestando mais atenção na forma e em como falar. Isso também me coloca numa posição mais amorosa em relação às pessoas.
Confesso, que escorrego todos os dias e as mentirinhas saem automaticamente da boca, mas comecei a observar e a ter conversas mais verdadeiras e, com certeza, algumas relações já começaram a ser mais gostosas.
E você? Quer experimentar? Coloque sua experiência aqui para trocarmos. Acho que estou honestamente pedindo ajuda.
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