“Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou — amigo — é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é.” – Guimarães Rosa
A primeira vez que vi esta definição de amigo do Guimarães Rosa me encantei. Eu me encantei com a simplicidade e com a profundidade: gostar de conversar com alguém desarmado. Alguém que não julga você, não o condena, mas lhe ouve e compartilha com você das suas experiências. Como é bom ter um amigo!
Tenho tido a oportunidade frequente de reencontrar amigos. Como me mudei de cidade há quase três anos, deixei muitos amigos em minha cidade, mas a distância não nos deteve. Ao contrário, encontrá-los tem um sabor ainda mais especial, porque ficou mais raro e também por isso, mais valioso.
Em minha nova cidade também fiz novos amigos. E percebo a importância de cada um deles para meu crescimento, minhas reflexões. A maioria pensa como eu, somos amigos por afinidades, mas é muito interessante quando há discordâncias, pois podemos discordar e ainda sermos amigos.
O ouvir, o falar, o abraçar, este interesse genuíno que o amigo tem pela sua vida e que você tem pela vida dele lhes torna mais humanos. Como é bom ouvir as dúvidas, os anseios, os sonhos dos amigos. E como é bom quando podemos compartilhar de nossos sonhos com eles!
Mesmo quando temos amigos circunstanciais, sabemos que podemos aprender alguma coisa com eles. Às vezes você muda de cidade, de trabalho, de escola e a amizade fica para trás… não é um amigo que você perdeu, é um colega que por um tempo foi alguém que compartilhou com você de momentos em comum.
Quando você tem a felicidade de ter seu cônjuge como amigo, o encantamento é ainda maior. Porque você tem uma vida a ser partilhada com esta pessoa especial, e é maravilhoso poder contar com ela. Isto é, infelizmente, mais raro do que se pensa… e na verdade é tão óbvio: se você vai compartilhar sua vida com alguém, constituir família, fazer planos, não seria o mínimo que fosse com alguém que você confia, que é seu (sua) amigo(a)?
Se por um acaso seu cônjuge não for seu (sua) amigo(a), sempre é tempo de cultivar esta relação. Sempre é tempo de olhar para o outro buscando suas virtudes, enaltecendo suas qualidades, valorizando o que fez você, num primeiro momento, se apaixonar por aquela pessoa. Experimente este exercício, você pode se surpreender!
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