VUCA e “Novo Normal”: Desafios das Lideranças
“O desafio da liderança é ser forte, mas não rude; ser gentil, mas não fraco, ser ousado, mas não um valentão; ser humilde, mas não tímido, ser orgulhoso, mas não arrogante.”
Jim Rohn (1930-2009, empreendedor, autor e palestrante)
Você acredita que ainda há espaço para “heróis corporativos”?
O mundo VUCA (volátil, incerto, complexo e ambíguo,) veio para ficar e, agora, em tempos de “novo normal” – pós-pandemia – o que esperar dos líderes nas empresas?
Uma das exigências do atual mundo VUCA é a substituição de líderes disruptivos e, por muitos, vistos como “salvadores da pátria” por lideranças versáteis que levem em conta o fator humano e as relações pessoais.
Crises como a que agora enfrentamos, servem para acelerar processos de mudança; certamente este “novo normal” trará um mundo mais saudável, mais seguro e mais preparado. Inclusive já podemos identificar algumas transformações em curso e que serão irreversíveis:
- a transformação digital;
- a mudança na forma (home office) / espaços de trabalho (regionalizados);
- na educação (ensino globalizado);
- nos sistemas de saúde (telemedicina) e;
- na produção industrial (regionalização e proliferação de pequenos negócios/startups).
E qual o papel das lideranças nas empresas nesta transformação?
Primeiramente, para avaliar o impacto destas mudanças no ambiente corporativo, devemos pensar de uma forma mais abrangente sobre o futuro do trabalho – onde com a inteligência artificial, o contexto e os processos são mais importantes do que o conteúdo e a aptidão; e, também e, principalmente, deve-se repensar o papel dos que ocupam posições de comando no processo de mudanças e na sua eficiência para que ações sejam sustentáveis no longo prazo.
Uma das atuais tendências em rápido processo de aceleração é a substituição nas empresas da tradicional estrutura baseada na hierarquia formal, no poder e na construção de “muros” entre os vários níveis; o que temos observado é que, ao contrário, um modelo de relações mais próximas, mais transparentes e, sobretudo baseadas na confiança, vem substituindo o velho modelo hierárquico e isto exige novos líderes – que não podem ser os mesmos em um mundo que já não é mais o mesmo. Bons gestores devem adaptar-se e mudar – e não permanecerem estáticos em um mundo em movimento.
Extremamente pertinentes, comportamentos essenciais para um líder, segundo o escritor e coach norte-americano John C Maxwell; alguns deles:
- Aprender, desaprender e reaprender: conhecimento muda com incrível rapidez e torna-se obsoleto; líderes do presente e do futuro devem substituir o que aprenderam no passado pelo que irão aprender no futuro;
- Valorizar o passado, mas viver o presente: foco nos desafios correntes e não nas glórias do passado: realizações não garantem o sucesso do que está por vir;
- Valorizar a rapidez, mas agir e no tempo certo;
- Viver o hoje, mas pensar no amanhã: planejar para ser um líder do futuro;
- Ter clara compreensão de cada situação, mas ter em mente que a complexidade, geralmente, pode ser maior;
- Ter a coragem para seguir em frente mesmo em meio às incertezas;
- Olhar para dentro de si:
- Aprender algo novo todos os dias;
- Tentar coisas diferente;
- Buscar coisas melhores;
- Olhar sempre para algo maior.
As lideranças devem atentar para o fato de que, agora, as mudanças ocorrem de forma extremamente rápida como nunca ocorreu no passado. E, ainda, que transformação é uma constante na vida das pessoas e das organizações; portanto, uma característica essencial do líder é ser flexível e adaptar-se às mudanças para que a organização possa encontrar o melhor caminho; as chamadas “soft skills” são imprescindíveis e outras características essenciais para uma liderança eficaz são o aprendizado continuo e saber lidar com as incertezas do presente. E, ao mesmo tempo, manter o olhar e planejar o futuro.
Adaptabilidade e resiliência têm sido e, agora, são qualidades com maior relevância, pois o líder deve, ao mesmo tempo, apresentar resultados, motivar os colaboradores, conviver e navegar em diferentes (e por vezes hostis) culturas e, acima de tudo, promover, incentivar e disseminar mudanças.
Outro fenômeno recente e, atualmente impulsionado pelo distanciamento pessoal e social, e que deve ser adicionado à lista de novas capacidades é a capacidade de ter “presença virtual”, em um contexto de organizações globalizadas onde colaboradores, espalhados por várias regiões geográficas, necessitam de uma maior proximidade (mesmo que à distância) com as lideranças e sentirem-se confortáveis e confiantes em saber se seus líderes estão disponíveis quando necessário.
Este “admirável mundo novo” mais do que nunca necessitará de novos líderes, preparados, dotados de “soft skills” adequadas e com coragem para aprender e mudar quando necessário para serem os condutores através dos caminhos e trilhas tortuosas e, muitas vezes desconhecidas, rumo à verdadeira transformação – talvez a nova revolução industrial, a 5.0.
Walter Serer
https://www.linkedin.com/in/walter-serer-86717b20/
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