Aceitando Nossos Limites: A Vulnerabilidade no Ambiente Profissional
Reconhecer nossos próprios medos e limitações é fundamental para fortalecer a coragem. Encarar nossas fragilidades pode representar um desafio, contudo é um avanço significativo para o desenvolvimento individual e a saúde emocional. Em situações específicas, lidar com a vulnerabilidade pode se tornar mais complicado e necessitar da orientação de um especialista, como um psicólogo ou terapeuta, porém atitudes simples podem contribuir nesse caminho.
Por longo tempo, a estudiosa dos Estados Unidos Brené Brown dedicou-se a investigar a vergonha — buscava decifrar as causas desse fenômeno e compreender por que para algumas pessoas é tão desafiador lidar com essa emoção. Durante suas pesquisas, ela identificou dois tipos de indivíduos: aqueles que possuem uma autoestima robusta e os que estão sempre em dúvida sobre si.
Veio então, a incógnita: quais atitudes levam um dos grupos a serem mais seguros? A resposta foi uma eureka: a aceitação sobre suas limitações e vulnerabilidades. Este grupo não fazia nada além do que entender que temos limites, competências, gostos e preferências que nos levam a ter um desempenho diferente em cada situação. “Elas falavam da disposição de fazer algo para o qual não há garantias. Viam isso como fundamental”, diz Brené em seu TED Talk O Poder da Vulnerabilidade, de 2010.
A vulnerabilidade é descrita como o que enfrentamos em situações de dúvidas, perigos ou exposições, resultando em sentimentos de receio e inquietação.
E não se engane ao pensar que isso afeta apenas indivíduos em funções operacionais ou administrativas: os líderes que evitam demonstrar fragilidade também evitam diálogos delicados, incluindo o feedback sincero e construtivo.
Eles deixam de reconhecer e lidar com os medos e sentimentos que surgem em momentos de instabilidade ou transformação. É nesse instante que a conexão com as pessoas se desgasta, pois questões e decisões que precisariam ser abordadas são ignoradas por completo devido à insegurança ou temor.
Medo, insegurança, temor, ansiedade, ou qualquer outra palavra que remete a não estar completamente estável em alguma situação é algo inerente ao ser humano. Arrisco ainda a afirmar que um líder realmente eficaz se permite ser vulnerável em situações em que não se sente completamente apto a pensar ou decidir. E está tudo bem! Afinal, seres humanos precisam de apoio seja em qualquer situação, profissional ou pessoal.
A questão é que, de maneira geral, não lidamos adequadamente com o que é percebido como fragilidade. Como resultado, problemas e pensamentos acabam não sendo compartilhados – bem como possíveis soluções e esforços de apoio.
Buscamos por um comportamento completamente racional, o que é irrealista. A situação é complicada, pois, por um lado, temos cada vez mais difundida a mentalidade de uma cultura ágil, na qual é esperado que “erre mais e erra mais rápido” e receba feedback constante e honesto; por outro lado, não é simples exigir isso quando o ambiente não é completamente seguro.
Não é por acaso que a vulnerabilidade está relacionada à coragem.
Se recusarmos a reconhecer os erros e apenas procurarmos culpados (seja em nós mesmos ou nos outros), torna-se complicado assumir desafios e crescer. Nestas circunstâncias, perdemos o domínio que pensamos ter sobre as situações.
Por conseguinte, essa pode ser uma maneira diferente de exercitar a vulnerabilidade: admitir a posição de aprendiz com maior frequência. Em vez de permanecer na zona de conforto, fazer perguntas cujas respostas desconhecemos cria um espaço inovador e nos obriga a agir com mais humildade, receptivos ao que é novo. Aceitar a vulnerabilidade também significa ouvir mais atentamente o que os outros têm a expressar — sem tentar impor nossas opiniões e críticas enquanto escutamos.
Lidar com vulnerabilidade pode ser um processo desafiador e gradual.
Contudo, é um passo essencial para o desenvolvimento pessoal e a construção de uma maior verdade e conexão consigo mesmo e com os demais. É importante lembrar que é completamente natural e humano possuir fragilidades e encará-las pode representar uma chance de crescimento e fortalecimento pessoal.
Praticar o autocuidado e adotar hábitos saudáveis, como meditação, atividades físicas, alimentação equilibrada e sono adequado, podem contribuir para fortalecer sua resiliência emocional e lidar de forma mais assertiva com suas fragilidades. Encarar suas fragilidades com coragem e autenticidade pode ser um ato libertador. Permitir-se ser vulnerável em certos momentos pode incrementar suas relações interpessoais e estimular um maior sentimento de conexão e empatia.
Lembre-se de que você é o protagonista de sua vida, portanto, ao invés de se autocriticar ou se julgar de maneira rigorosa por suas fragilidades, é fundamental praticar a autocompaixão e se tratar com delicadeza e compaixão. Compartilhar essas fragilidades com pessoas confiáveis pode fortalecer laços e proporcionar apoio emocional.
Contar com um círculo de apoio pode contribuir para se sentir compreendido e valorizado. Em vez de suprimi-las ou tentar escondê-las, é essencial ser amável consigo mesmo e reconhecer que é completamente normal e humano ter vulnerabilidades.
Lembre-se, é preciso compreender quais são as suas fronteiras: qual é o seu ponto máximo de tolerância, quais são os seus valores fundamentais e quando é essencial se resguardar adequadamente. Nada pode ser mais importante do que seu bem-estar e conforto. Você é a primeira pessoa mais importante da sua vida!
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Edna Vasselo Goldoni
https://www.institutoivg.com.br
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Em 2017, nasceu o IVG – Instituto Vasselo Goldoni com o objetivo de trabalhar o protagonismo feminino. Desde então, sua missão tem sido mostrar para as mulheres, o quanto elas são capazes de conquistar tudo o que quiserem.
Com grande força realizadora e muito senso de responsabilidade, segue à frente do IVG, trabalhando pelo empoderamento feminino, desenvolvimento e capacitação de mulheres, através de programas de mentoria, entre outras atividades diversas que ocorrem em paralelo com o mesmo foco: protagonismo feminino | empoderamento feminino | a força da mulher | liderança feminina | carreira de sucesso |
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